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Bom-senso e bom-gosto Folhetim a proposito da carta que o senhor Anthero do Quental dirigiu ao senhor Antonio Feliciano de Castilho By: Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895) |
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FOLHETIM A PROPOSITO DA CARTA QUE O SENHOR ANTHERO DO QUENTAL DIRIGIU AO SENHOR ANTONIO FELICIANO DE CASTILHO POR M. PINHEIRO CHAGAS LISBOA IMPRENSA DE J. G. DE SOUSA NEVES 17 Rua do Caldeira 17 1865 BOM SENSO E BOM GOSTO FOLHETIM A PROPOSITO DA CARTA QUE O SENHOR ANTHERO DO QUENTAL DIRIGIU AO SENHOR ANTONIO FELICIANO DE CASTILHO POR M. PINHEIRO CHAGAS LISBOA IMPRENSA DE J. G. DE SOUSA NEVES 17 Rua do Caldeira 17 1865 A carta do sr. Anthero do Quental ao sr. Castilho Motivo por que tomo a palavra O sr. Anthero apanhado em «negligé» Vem a proposito o baixo profundo Marinozzi, o Banco Ultramarino, D. Ignez de Castro e Camões As novidades velhas As porcelanas da Russia Cita se Nicoláo Tolentino Entra se na questão do ideal Evocação perigosa As escolas da decadencia Não falta Victor Hugo Para que servem as imagens O manto de Hercules As aguias e as galinhas. Publicou se ha tempo e tem se espalhado em Lisboa uma carta dirigida pelo sr. Anthero do Quental ao sr. Antonio Feliciano de Castilho, carta em que o poeta das Odes modernas protesta violenta e virulentamente contra a censura, irrogada pelo cantor do Amor e Melancholia á desastrada escola, de que o sr. Anthero do Quental teve a triste honra de ser um dos fundadores. Fôra lavrada essa censura no artigo de critica litteraria com que o sr. Castilho acompanhou o pobre poema, que ahi publiquei, e que ficou d'essa fórma illustre. Marengo e Austertilz, diz Victor Hugo no prologo das Orientaes , eram duas ignoradas aldeias; immortalisou as um dos lampejos victoriosos da espada de Napoleão. Não intento responder á carta; ainda que a pessoa, a quem ella é dirigida, esteja dispensada de responder pela inconveniencia do ataque, não me compete a mim substituil a. Penna mais competente e mais authorisada por todos os motivos se está preparando para isso;[1] mas eu, que fui um dos primeiros a accusar de falso, de affectado, de absurdo, de gongorico o estylo da escola de Coimbra, hoje, que uma das pythonizas desce da tripode, e vem, em linguagem accessivel aos mortaes, explicar os oraculos, e lançar a luva aos que zombaram dos livros sybillinos, não desamparo o meu posto, e apresso me a descer á liça, onde encontro afinal um adversario. Não via até agora senão sombras impalpaveis, que fluctuavam nas brumas das abstracções, e se revestiam de um certo ideal , alugado a tanto por ode nos algibebes da Allemanha. Linguagem accessivel aos mortaes, disse eu já, e repito agora. «Uma das maiores provas do absurdo d'aquelle estylo, dizia me um dia d'estes Bulhão Pato illuminando a questão com um dos admiraveis lampejos do seu espirito de poeta, é que até para o defenderem precisam de o abandonarem.» Mais ainda, digo eu; a prova de que esse estylo é affectado é que o sr. Anthero do Quental, quando o seu espirito, excitado pela critica justa ou injusta, que lhe foi feita, se levantou de um impeto para defender se, quando a palavra lhe brotou espontaneamente dos labios, não procurou phraseado nebuloso, não adoptou fórmas arrevezadas, deixou a irromper envenenada mas vehemente, resvalar pelo declive natural, reflectir na torrente espumosa o esplendor do sol claro e limpido, o desanuviado azul do nosso firmamento. Apanhámol o em flagrante delicto de naturalidade. Surprehendemol o antes de ir para o toucador, sem peruca, sem carmim, sem pó de arroz. É verdade que o vimos tambem em mangas de camisa, e de mangas arregaçadas. Mas antes isso, sr. Anthero do Quental, antes isso do que vestir aquella casaca allemã, tão safadinha já, e que nos quer dar por nova... Continue reading book >>
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