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Folhas Soltas By: Alberto Dias Guimarães |
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FOLHAS SOLTAS Sorrir é bom quando se tem ventura ou quando, ao menos, feiticeira esp'rança; arfa a existencia em mares de bonança, rompe a alvorada sempre amena e pura. THOMAS RIBEIRO LISBOA TYPOGRAPHIA DA EMPREZA EDITORA O «RECREIO» Rua do Marechal Saldanha, 59 e 61 1894 ARGINE: Meiga rolinha de encantadas selvas Como me encanta o teu gentil cantar! Por ti perdera a mocidade, a vida... Mas eu não posso, não te devo amar. A E. A. N. A ti, virgem pura e casta; Offereço os cantos meus; Se queres pagar m'os, basta... Um só olhar d'esses teus. A palpitar de amor, dedico te estas paginas delineadas nos curtos ocios das minhas lides escolares... Com ellas entrego te as impressões dos meus vinte annos. É bem triste este mimo, acceita o... Estas flôres sem cultura... serão, nas tuas mãos carinhosas... tão bellas e perfumadas como se a brisa olente as bafejára. Lisboa, 23 10 94 O AUCTOR... Le travail, c'est le pére du plaisir. VOLTAIRE. O trabalho é companheiro afavel, dôce, puro... voto lhe o pensamento, os risos, a ternura, as vozes da amizade, os canticos do amor. Por isso, quando a mão cruel do soffrimento me afflige sem ter dó, não deixo, quebrantado, o trabalho... porque para mim tem condão. É o meu consolo, o meu refugio, o bordão florido, regado com as lagrimas ardentes do desespero. Loucura ou sonho? mas eu creio e sinto, Soffro, resisto, sem allivio ter; Sou como o lyrio sem orvalho, extincto, Se o amor é morte, quererei morrer Se eu fosse inspirado por Apollo, só assim cantaria meus desgostos; se podesse banhar me na fonte de Aganipe, mui feliz seria... pois, escripto deixava quanto minha alma é triste como o pobre naufrago; como a voz do sino, carpindo o funeral de um morto; triste como é a rosa quando com o zephyro se vae desfolhando; triste como a chorosa mãe ao dizer adeus ao estremecido filho... Minha alma é triste, como a ave que do ninho vae arrebatada; triste, como a saudade, que sendo bella, é a mais triste flôr! Replecto de prazer, sentia a alma expandir se fremente, jubilosa; dentro do meu craneo, agitava se bem risonha a esperança formosa; tudo... para mim... era canto, amor e poesia; tudo era bello e gentil! Sentia uns fulgidos clarões e antevia deslumbradora aurora. Chimera vã! Agora... punge me o coração um presentimento cruel; vem me enluctar o pensamento... uma recordação do passado e, nos braços de atroz angustia, fico mergulhado em ardentes lagrimas. A juventude foge nos tão veloz qual pluma ao vento... A illusão vem com risos, mas não apaga as verdades amargas. Tudo passa! Tudo morre! Felizes? Jámais! Do homem é unico e vario o fado; na terra só temos por descanço a sepultura. Porque hei de preferir o riso ao pranto? Porque choro? porque scismo? Dôr sem fim! Hei de deixar succumbir a esperança? A phantasia, borboleta errante, em torno á chamma... sem cessar esvoaça. A illusão passa e ella... ferida!... despenha se na voragem. Ah! loucos sonhos que a razão desmente! Pairar nos céos... para, no fundo abysmo, baqueiar apoz! Immensa irrisão! Via o mundo qual vergel de luz, encanto e fraternaes carinhos... Continue reading book >>
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