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A Mulher Portugueza   By: (1860-1946)

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EDUARDO SCHWALBACH LUCCI

Da Academia das Sciencias de Lisboa

A MULHER

PORTUGUEZA

PORTO

LIVRARIA CHARDRON, de Lélo & Irmão, editores Rua das Carmelitas, 144 1916

A MULHER

PORTUGUEZA

EDUARDO SCHWALBACH LUCCI

Da Academia das Sciencias de Lisboa

A MULHER

PORTUGUEZA

PORTO

LIVRARIA CHARDRON, de Lélo & Irmão, editores Rua das Carmelitas, 144 1916

A propriedade literária e artística está garantida em todos os países que aderiram à Convenção de Berne (Em Portugal, pela lei de 18 da março de 1911. No Brasil pela lei n.° 2577 de 17 de janeiro de 1912).

Porto Imprensa Moderna

A MULHER PORTUGUEZA

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES:

O lindo thema A Mulher Portugueza attraíu me pelo seu encanto, mas prejudica o, a par da fraqueza da palavra, o defeito de ter de obedecer a uma curva, que se retesa e quasi estala nos limites apertados d'uma conferencia. Ouvi me, pois, mães, esposas, filhas, mulheres queridas, que viveis dentro de corações e no coração trazeis sempre uma imagem, com a benevolencia, que deve sempre amantelar um amigo e um defensor. No fertil poema, por onde a vossa alma transita atravez de almas, procurarei colher a graça e o perfume para a expressão dos meus sentimentos, attenuando com este valioso recurso os males de que faço padecer tão brilhante assumpto.

Resultado para que se encaminha o contínuo esforço do homem, causa da sua actividade e aspiração do seu espirito, é a mulher quem, com a grandeza do infinito bem, ou a grandeza do infinito mal, nos conduz pela vida fóra numa ascenção gloriosa, ou numa derrocada tragica. Por ella o homem crê, por ella descrê, por ella assassina, por ella morre. Altar e hostia, tortura e guilhotina, faz nos viver a vida tal qual a dôr surriba a alegria, a punhalada espirra o sangue e os labios guardam os dentes. Mas nas suas epopeias sublimes e nas suas elegias tremendas surge nos como a confissão palpavel da energia e da bondade divinas. Hymno e oração do amor, canta lhe as alegrias e reza lhe as tristezas; alma da bondade, aroma da ternura e lagrima da dôr, torna se em explicação religiosa, bella e harmonica da vida humana. Assim realisada e assim realisando, Deus desce até á mulher, o homem sobe até ella. Encontram se no seu coração e beijam se.

A Shakespeare ligaram um espirito um andador , e a Socrates, outro espirito o demonio , porque só pela interferencia do sobrehumano lhes admittiam as concepções. Não deve, portanto, causar reparo dizer se que a mulher tem sido sempre, e sempre será, o espirito familiar do homem. O que elle produz de grande é ella quem lh'o inspira, o que parece ir além das suas forças vem da força que ella irradia. A ingratidão do homem para com a mulher tem sido, porêm, enorme. Não passa sem ella e diz mal d'ella. Da antiguidade ao dia de hoje, os libellos accumulam se com uma injustiça que apavóra. Euripides põe na boca de Hippolyto as mais flagelladoras apostrophes, que alguma vez contra ella foram proferidas. Affirma que tudo quanto o homem tem de mau vem da mulher e exclama: «Porque ó deuses immortaes! não foi dado ao homem o poder de gerar o homem de uma pedra, de um pedaço de ouro, de um tronco de arvore e não de um ventre de mulher?» Aristophanes, por intermedio de Mnesiloco, nas Festas de Céres e de Proserpina , simulando defendê la, quasi sobreleva Euripides no ataque. Strindberg, nos Casados , accusa a de só afagar para morder, e no Pae a violencia contra ella mantem se constante e formidavel, como a de Nietzsche no Assim falava Zarathustra , na Genealogia da Moral e em O Viajante e a Sombra . Quanto mais culto, mais impiedoso, vituperando a com affrontosas opiniões e algemando a com as leis por elle proprio fabricadas. Mas nesta terra, eternamente fertilisada pelo vosso pranto e florescida pelo vosso riso ó querida e boa mulher portugueza! talvez porque assim o sois, nunca se disse grande mal a vosso respeito, nem a lei foi das mais precárias para vossa defesa... Continue reading book >>




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