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O Máo Rei e o Bom Subdito Um Trecho da Historia Portugueza   By:

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O MÁO REI, E O BOM SUBDITO.

O MÁO REI, E O BOM SUBDITO.

UM TRECHO DA HISTORIA PORTUGUEZA.

LISBOA, NA IMPRENSA NEVESIANA. Rua do Loureiro, n.º 15. 1851.

O MÁO REI, E O BOM SUBDITO.

ElRei D. Sancho 2.º, denominado o Capello , ou por causa da sua maneira de vestir (mais monastica que militar), ou em razão de seu natural timido e fraco, parecia antes mais proprio para viver retirado em um mosteiro, que para governar um Estado. Quando seu pai morreu, tinha elle 26 annos, e como era descuidado dos negocios do reino, e completamente inhabil para o cargo que herdára, cada um vivia em Portugal muito á sua vontade, tanto por causa da brandura do monarcha, e da sua simplicidade, como em razão da maldade de seus conselheiros, e validos; porque estes, vendo o tão bem disposto para lhes deixar executar os máos desejos, se servião de suas faltas para satisfazer sua avidez.

Ora, havia n'este tempo em Castella uma viuva muito moça, bella, e de grande ascendencia; era D. Mecia de Haro, filha de D. Lopo Dias de Haro, senhor de Biscaya, e de D. Urraca Affonso, filha natural d'Affonso 9.º Rei de Leão. Esta dama tinha sido casada com D. Alvaro Perez de Castro, filho de D. Pedro Fernandez de Castro, o Castelhano, e de D. Ximena Gomez, sua mulher, com quem havia tido longos amores. E era este o mesmo que se mostrava tão louco com a sua paixão, e tão contente de si proprio, que um dia tendo o Rei de Castella vindo pôr o cerco diante de uma de suas cidades, tinha mandado armar as muralhas de panno de sêda, dizendo que não queria outra defeza entre elle e os que o vinhão atacar. Emfim, tendo se casado com D. Mecia, e tendo vivido alguns tempos com ella, havia morrido sem deixar filhos.

Foi então que achando se D. Mecia no mais subido auge de seus encantos, os validos d'Elrei D. Sancho, que conhecião suas inclinações, exaggerárão de tal modo a belleza d'esta dama, que o persuadírão a toma la por mulher. Sendo elles, pois, os authores da sua união, D. Mecia reconheceo sempre a obrigação em que lhes estava; e foi para com elles tão excessiva a sua gratidão, que por causa d'ella esteve o reino a ponto de se destruir. D. Mecia, com seus validos e os conselheiros d'ElRei D. Sancho, dispunha de tudo a seu bel prazer, dando os empregos e os beneficios, fazendo o bem e o mal conforme lhe agradava.

Então os nobres e os prelados fizerão advertencias a Elrei D. Sancho, representando lhe que D. Mecia era sua parenta por sua tia Berenguela: e que, se, conforme a lei de Deus, elle a não podia desposar, segundo a lei da honra, ainda menos o devia fazer, sendo D. Mecia estéril. N'uma palavra, dizião que devia largar esta mulher; mas o Rei lhe estava tão affeiçoado, que, ou fosse por arte de magía, ou por causa da sua belleza, não podia separar se d'ella. Hindo as cousas assim, e continuando ella a favorecer os conselheiros do Rei, mil extorsões, e mil rapinas se commettião, sem que nenhum cuidado dessem a ElRei, e sem que elle escutasse as queixas de seus subditos.

Os prelados do reino se queixárão, emfim, ao Papa Gregorio 9.º. D. Sancho fingio arrepender se, mas depois voltou a seus primeiros excessos de fraqueza, que permittião toda a qualidade de dilapidações e violencias. A excommunhão foi lançada, mas só no pontificado do Papa Innocencio 4.º. D. Sancho, perdido em seus amores, resistio ainda. Comtudo, eis que um dia, estando em Coimbra com a Rainha, um certo Raymundo Viegas de Porto Carreiro, acompanhado de outras pessoas das fronteiras da Galliza, chegárão a esta cidade... Continue reading book >>




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