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A estatua do poeta Ode nacional   By: (1858-1917)

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First Page:

JOAQUIM DE ARAUJO

A ESTATUA DO POETA

ODE NACIONAL

PORTO

TYP. DE ANTONIO JOSÉ DA SILVA TEIXEIRA

Cancella Velha, 70

1891

A ESTATUA DO POETA

TIRAGEM ESPECIAL

Deste opusculo extrahiram se três exemplares em papel Japão, três em papel China, e quatro em papel Whatman, numerados seguidamente de 1 a 10.

JOAQUIM DE ARAUJO

A ESTATUA DO POETA

ODE NACIONAL

PORTO

TYP. DE ANTONIO JOSÉ DA SILVA TEIXEIRA

Cancella Velha, 70

1891

AO SENHOR

CONSELHEIRO JOSÉ DIAS FERREIRA

affectuosamente e respeitosamente

o A.

I

Num vozear estridulo e vibrante, Irrompe a multidão: Palpita como um hymno triumphante, Em cada coração.

Vem pagar uma divida sagrada, E, em francas ovações, Junto á Estatua de bronze immaculada, Victoría Camões.

Três seculos havia, a morte escura Fulminara esse heroe, Que até na doce paz da sepultura Tão desgraçado foi!

Três seculos havia. Inenarravel, Essa agonia atrós: No catre do hospital, inexoravel, A Morte, o duro algoz.

E, cá fóra, ao bom Sol, o claro amigo, Cá fóra do hospital, Os villões trabalhando no jazigo Do antigo Portugal...

Um circulo dantesco e pavoroso: O Genio num covil, E no triumpho, erguido e magestoso, O asqueroso reptil.

A Traição galanada: o cru Cinismo Fingindo de Altivês: Hiante, escancarado, o fundo abismo Do nome português.

Não ha na infamia quem se não adestre, Esmagando tropheus, Tal como sobre a tunica do Mestre Jogavam os Judeus.

As Tradições ao vento, ao torvelinho, A Gloria, ás bachanaes... Adejam os milhafres junto ao ninho... Onde as aguias reaes?

Onde as aguias reaes? Foram seu rumo, Fugiram da ralé: Crestava lhes a aza o escuro fumo Do escuro auto de fé.

O balsão do Impudor fluctua ao vento, Nos tragicos festins... É morta a fina flôr do Sentimento, Miserrimos chatins!

Dormiam nos seus tumulos augustos, Ainda alta a cervís De denodados campeões robustos, Os infantes de Avís

E todos os titans, de Gloria trémulos Outrora, aos vivos soes, Galgando mundos, continentes, émulos Dos primevos heroes...

E a Nação dêsses inclytos herdeira Ia rojar no chão A honra intemerata da bandeira, O invencivel pendão...

E o Poeta cavalleiro esmorecia, Ao fim do seu lidar: Com a Patria morria se morria! Quem tanto a soube amar.

Tres seculos havia... Mas vibrante Irrompe a Multidão: Palpita como um hymno triumphante, Em cada coração.

E o Vidente, na Estatua alevantada Nem de leve acordou: Na magestade erecta e bronzeada, Immovel se ficou!...

II

A Patria! a Patria! dá rebate e chama, Chama por todos nós. Ha uma corrente electrica que inflamma Os netos e os avós!

Irrompe a multidão a afiar a espada Do combate leal, No pedestal da Estatua immaculada No eterno pedestal,

E vae cobrir de lucto a grande Imagem Do heroico luctador, Como um protesto contra a villanagem Do estrangeiro rancor!

Mas a Estatua que fora innacessivel Ás grandes ovações, Num delirio de pompa indescriptivel, A estatua de Camões

Animou se um momento e pela face O pranto lhe rolou, Como astro de esperança, que raiasse... E á espada a mão levou!

Esta ODE foi expressamente composta e recitada pelo autor no sarau da Sociedade Nacional Camoniana, realisado no theatro Gil Vicente do Palacio de Crystal, aos 10 de junho de 1891, sob a presidencia do ex.^mo sr. conde de Samodães, secretarios os ex.^mos srs. Tito de Noronha e Almeida Outeiro.

PREÇO, 200 REIS

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