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A philosophia da natureza dos naturalistas By: Antero Tarquínio de Quental (1842-1891) |
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NATURALISTAS 1894
HOMENAGEM POSTHUMA A ANTHERO DE QUENTAL
(MICHAELENSE) ANTHERO DE QUENTAL A PHILOSOPHIA DA NATUREZA DOS NATURALISTAS
1894
Typ. Editora do CAMPEÃO POPULAR
S. Miguel PONTA DELGADA Açores
EXPLICAÇÃO PREVIA
Digam o que disserem, Anthero de Quental foi indubitavelmente, um dos
mais fecundos escriptores do seu paiz e da sua epocha. Raros, muito raros, foram as theorias ou problemas da actualidade,
ventilados com interesse nos dominios da Sciencia, da Politica ou da
Arte que deixassem d'exercitar a penna sempre prestigiosa e sempre
elegante do grande Mestre. Na sua obra em prosa cabe, porem, um logar proeminente aos copiosos
artigos de critica ou de polemica, que, durante quasi trinta annos,
appareceram estampados em diversos orgãos da imprensa periodica
portugueza, tanto da capital como da provincia, e nos quaes, á
semelhança de Littré e de Taine, elle connotou, como n'um diario intimo,
não sómente as suas opiniões pessoaes sobre os homens e os successos
contemporaneos, mas ainda as correntes de influencias estranhas que
actuaram no seu espirito e as impressões que d'ahi resultaram. Como critico e polemista, Anthero de Quental não teve em Portugal
competidor; foi unico na energia fogosa da polemica e nos processos
technicos da analyse critica. Os seus escriptos de critica bibliographica são exemplares de methodo e
de bom senso, de finura e de erudição, de escrupulosa imparcialidade e
d'aquella serena comprehensão dos multiplices aspectos das cousas e dos
homens que dá ao critico a maxima authoridade e valor. N'este particular, pertence lhe a gloria de ter sido entre nós o
verdadeiro creador d'um genero litterario descurado, para não dizermos
falseado, na sua applicação. Até elle a critica, aberrando diametralmente do seu papel objectivo,
fazia se pela antipathia ou sympathia do critico para com o nome do
author; o louvor ou a censura previam se justamente, dadas as relações
de sentimento d'um para com outro. Foi Anthero quem iniciou a critica impessoal, a critica objectiva,
desapaixonada, fria, inspirada por um sentimento de equidade e de
justiça critica, em summa, que é uma lição; porque ensina, e que pode
fazer do criticado um adversario, mas nunca um inimigo e do critico um
juiz, mas nunca um louvaminheiro nem um delator. Os artigos criticos do grande Mestre teem todos estes caracteres
acentuadamente impressos: não são exclusivamente laudatorios nem
exclusivamente aggressivos; são justos e por isso mesmo verdadeiros.
Teem authoridade; porque fallam sinceramente uma linguagem que não é a
do odio nem a dos affectos; mas que é a voz d'uma consciencia honrada
para a qual os Homens são o menos e a Verdade o mais. Se alguns d'esses trabalhos perderam já aquelle cunho de novidade que os
fez circular vertiginosamente d'um a outro canto do nosso paiz, e se por
isso não movem ao interesse e enthusiasmo que suscitaram aos primitivos
leitores, é certo, que ainda assim, constituem documentos de summa
valia, quer sob o ponto de vista meramente litterario, quer como
subsidio para quem no futuro pretenda historiar as differentes phases do
movimento das idéas em Portugal, na ultima metade do seculo XIX. Taes elementos são, portanto, indispensaveis para o estudo de Anthero e
da sua epocha. Sem elles mal se poderá comprehender a obra do grande
Mestre na sua extensão, valor, influencia, e mal se poderá explicar
tambem a filiação ou dependencia das diversas partes d'essa obra
complexa e vastissima. Vê se, pois, que quem quizer formar uma idéa cabal do irrivalisavel
escriptor e da sua actividade productora, ou procurar comprehender a
acção exercida sobre os seus contemporaneos, ha de necessariamente
recorrer ás collecções das Revistas e Gazetas, que o contaram entre os
seus collaboradores, onde elle deixou archivado pelo seu proprio punho
aquillo que bem pode chamar se a sua autobiographia mental . Infelizmente, porém, são numerosos e pouco accessiveis esses
repositorios, muitos dos quaes teem desapparecido (como succede á maior
parte das revistas academicas, publicadas em Coimbra) e outros tornam se
cada dia mais raros, dada a procura dos collecionadores... Continue reading book >>
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