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A virtude laureada Drama Recitado no Theatro do Salitre By: Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) |
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Drama Recitado no Theatro do Salitre, Composto, e Dirigido ao Reverendissimo Padre Mestre Fr. José Marianno Da Conceição Velloso, Administrador da Impressão Regia, e Deputado da Junta Económica, Administrativa, e Litteraria da mesma Impressão, etc. etc. Por seu muito devedor, e amigo Manoel Maria de Barbosa du Bocage Lisboa, Na Impressão Regia Anno M.DCCC.V. Por ordem superior. ADVERTENCIA. Sería injustiça exigir o desempenho de todos os Preceitos Dramaticaes em huma composição deste genero, cujo merito essencial he aprazer aos olhos por meio do espectáculo, e variedade das Scenas. Nudo... occurrit, per se pulcherrima, Virtus. Cardos. Cant. de Tripol. Ao Reverendissimo Padre Mestre e Senhor Fr. José Marianno da Conceição Velloso. EPISTOLA. Qual d'entre as rôtas, náufragas cavernas Do lenho que se abrio, desfez nas rochas, Colhe affanoso, deploravel Nauta Reliquias tenues, com que a vida estêe, Em erma, ignota praia, a que aboiárão, E onde a custo o remio propicia antenna: Tal eu, que da Existencia o Pégo, o Abysmo, (De que assomão, rebentão, rugem, fervem Rochedos, Escarcéos, Tufões, e Raios) Tal eu, que da Existencia o Mar sanhudo Vi romper meu Baixel, e arremessar me A inhóspitos montões de estranha arêa, Triste recolho os míseros sobêjos, Com que esvaído alento instaure, esforce, E avive os dias, que amorteço em mágoas. Em ti, constante, desvelado Amigo, Demando contra a Sorte asylo, e sombra; Oh das Musas Fautor, de Flora Alumno! (Rasgado o véo da Alegoria) estende Ao Metro, que desvale, a Mão, que presta. Se azas lhe deres, em suave adêjo De Lysia ao seio, que a Virtude amima, Della Cultores, voárão meus Versos, E o Patrio, doce Amor ser lhe ha piedoso. Bocage. ACTORES. A Sciencia. A Hospitalidade. A Indigencia. A Policia. A Libertinagem. O Genio Lusitano. ACTO UNICO. Praça magnífica sobre as Margens do Téjo. SCENA I. A Sciencia por hum lado, e a Indigencia por outro, com a Hospitalidade. Sciencia. Eu, que elevo os Mortaes, e os esclarêço, Que méço a Lua, o Sol, que o Mundo abranjo, Que da vetusta Idade aclaro as sombras, Que entro por seus arcanos, e revóco D'entre o pó, d'entre a cinza, d'entre o Nada Ao Seculo vivente as Eras mortas; Que dócil fiz o indómito Oceano, Abysmo de pavor, de bôjo immenso, Que só por alta Lei não sorve a Terra; Eu, do grão Jove, Confidente e Imagem, Que do Fado os Mysterios desarreigo, E co'a Moral dos Ceos cultivo o Globo; Eu, a Sciencia, eu Fonte, eu Mãi das Artes, Que sei desirmanar na Intelligencia Entes, na fórma iguaes, na especie os mesmos, Tornando os entre si tão desconformes, Qual dista do Selvagem bruto, e fero, Macio Cidadão, que as Léis polirão, Ah! não posso impetrar, colher dos Numes Para os Alumnos meus pavêz sagrado A teus golpes, Fortuna, inteiro, illeso! Sem que benigna mão lhe adoce os Fados, Sem que escaça piedade o chame á vida, De vigilias mirrado o Sabio morre. Almas corrompe do Egoismo a peste; Camões, Homeros na penuria cantão: Ei los co'a gloria temperando a sorte; Sôão prodigios de hum, prodigios de outro; Férrea Caterva os ouve: admira, e foge. Só quando o Vate he cinza, o Muito he nada, Por elles se interéssa o Mundo ingrato; Na gloria estéril de Epitafio triste Solidos bens o Barbaro compensa: Contradictoria Humanidade insana! No insensivel sepulcro os Sabios honra, E os Sabios não remio na desventura! Quaes elles forão diz, não diz, qual fôra: Nas almas frias o remórso he mudo. Ai dos Alumnos meus! Soccorre os, Fado, Risca do Livro eterno o duro artigo, Que ao Mérito, ao Saber seus premios veda; Aquece os Corações no ardor da Gloria, Fraterniza os Mortaes; onde suspirão, Os poucos Filhos meus co'a Mãi prosperem, E onde com seus innumeros sequazes Colhe triunfos, a Ignorancia gema... Continue reading book >>
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