Á ventura By: Teixeira de Pascoais (1877-1952)
Á ventura by Teixeira de Pascoais is a captivating and thought-provoking novel that explores the themes of fate, free will, and the search for meaning in life. The protagonist, Ventura, embarks on a journey of self-discovery and spiritual awakening as he grapples with the complexities of existence. Pascoais' writing is both lyrical and philosophical, inviting readers to contemplate the nature of reality and the interconnectedness of all things. The narrative unfolds in a nonlinear fashion, mirroring the protagonist's own disjointed thoughts and experiences. Throughout the novel, Ventura encounters a variety of eccentric characters who challenge his beliefs and push him to question the boundaries of his own understanding. As he navigates a series of surreal and symbolic events, Ventura is forced to confront his own limitations and confront the ultimate truths of existence. Á ventura is a profound and mesmerizing work that will linger in the minds of readers long after turning the final page. Pascoais' exploration of existential themes is both mesmerizing and deeply moving, making this a novel that will resonate with anyone who has pondered the mysteries of life and the human experience. First Page: TEIXEIRA DE PASCOAES Á Ventura COIMBRA. 1901 Typ. França Amado. Á VENTURA Aos meus companheiros. Oh Saudade tantas vezes invocada, Musa, que tantos infelizes inspiraste! Tu, que nos deixas a nossa alma illuminada, Que tantas Lyras, com teus dedos, afinaste! Oh saudade que és das dôres a mais linda, Que das tristezas és a mais menina e moça, A mais eleita, a Desejada, a mais bem vinda! A que mais nos governa, a mais senhora nossa! Enche o meu coração da tua claridade, D'esse raio de luz tremulo e moribundo, Que é o fogo fatuo de perdida mocidade, Com que o sol, ao morrer, ensanguenta o mundo! E quando á tarde, em labaredas, o Poente Parece, na distancia, uma outra Roma a arder! É uma saudade, é a dôr que a natureza sente Pelo sol que a fecunda e faz reverdecer! Oh minha musa triste e d'olhos lacrimosos! Ensina me a pintar o que é ficarmos sós! Que eu saiba lêr nos corações desfortunosos, Que eu apprenda a cantar com lagrimas na voz! É sempre ao pôr do sol a hora de partir! É quando chora nos pinhaes o vento norte, Que tão bem sabe em doidos gritos traduzir A dôr dos que andam sempre ao Deus dará da sorte ! Sempre um signal do céo aos homens revelou Cada facto que é, na vida, extraordinario! Quando morreu Jesus o sol se eclipsou E em convulsões estremeceu todo o Calvario! É um adeus afinal a minha vida toda... Continue reading book >>

Á ventura By: Teixeira de Pascoais (1877-1952)

Á ventura by Teixeira de Pascoais is a captivating and thought-provoking novel that explores the themes of fate, free will, and the search for meaning in life. The protagonist, Ventura, embarks on a journey of self-discovery and spiritual awakening as he grapples with the complexities of existence.

Pascoais' writing is both lyrical and philosophical, inviting readers to contemplate the nature of reality and the interconnectedness of all things. The narrative unfolds in a nonlinear fashion, mirroring the protagonist's own disjointed thoughts and experiences.

Throughout the novel, Ventura encounters a variety of eccentric characters who challenge his beliefs and push him to question the boundaries of his own understanding. As he navigates a series of surreal and symbolic events, Ventura is forced to confront his own limitations and confront the ultimate truths of existence.

Á ventura is a profound and mesmerizing work that will linger in the minds of readers long after turning the final page. Pascoais' exploration of existential themes is both mesmerizing and deeply moving, making this a novel that will resonate with anyone who has pondered the mysteries of life and the human experience.

First Page:

TEIXEIRA DE PASCOAES

Á Ventura

COIMBRA. 1901

Typ. França Amado.

Á VENTURA

Aos meus companheiros.

Oh Saudade tantas vezes invocada, Musa, que tantos infelizes inspiraste! Tu, que nos deixas a nossa alma illuminada, Que tantas Lyras, com teus dedos, afinaste!

Oh saudade que és das dôres a mais linda, Que das tristezas és a mais menina e moça, A mais eleita, a Desejada, a mais bem vinda! A que mais nos governa, a mais senhora nossa!

Enche o meu coração da tua claridade, D'esse raio de luz tremulo e moribundo, Que é o fogo fatuo de perdida mocidade, Com que o sol, ao morrer, ensanguenta o mundo!

E quando á tarde, em labaredas, o Poente Parece, na distancia, uma outra Roma a arder! É uma saudade, é a dôr que a natureza sente Pelo sol que a fecunda e faz reverdecer!

Oh minha musa triste e d'olhos lacrimosos! Ensina me a pintar o que é ficarmos sós! Que eu saiba lêr nos corações desfortunosos, Que eu apprenda a cantar com lagrimas na voz!

É sempre ao pôr do sol a hora de partir! É quando chora nos pinhaes o vento norte, Que tão bem sabe em doidos gritos traduzir A dôr dos que andam sempre ao Deus dará da sorte !

Sempre um signal do céo aos homens revelou Cada facto que é, na vida, extraordinario! Quando morreu Jesus o sol se eclipsou E em convulsões estremeceu todo o Calvario!

É um adeus afinal a minha vida toda... Continue reading book >>

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