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Habitações Operarias By: Teixeira Bastos (1857?-1902) |
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BIBLIOTHECA POPULAR DE ORIENTAÇÃO SOCIALISTA HABITAÇÕES OPERARIAS DIRECTORES MAGALHÃES LIMA E TEIXEIRA BASTOS COMP.^A N.^AL EDITORA SECÇÃO EDITORIAL ADM. J. GUEDES LISBOA O IDEAL MODERNO Habitações Operarias POR Teixeira Bastos LISBOA SECÇÃO EDITORIAL DA COMPANHIA NACIONAL EDITORA Administrador JUSTINO GUEDES 50, Largo do Conde Barão, Lisboa AGENCIAS Porto, Largo dos Loyos, 47, 1.º 38, Rua da Quitanda, Rio de Janeiro 1898 HABITAÇÕES OPERARIAS I A questão social abrange muitos problemas, sendo evidentemente um dos principaes o da habitação. É tal a importancia d'elle, que pertence na actualidade ao numero dos assumptos que chamam mais a attenção, não só dos socialistas, como dos economistas e dos philantropos de todos os centros da civilisação. Não se busca a solução definitiva do problema da habitação, a qual depende, como a de todos os outros problemas sociaes, das transformações por que estão passando as sociedades contemporaneas, em obediencia á lei historica da evolução; o eminente economista belga, Hector Denis, ainda ha poucos mezes, no Congresso internacional das habitações operarias , effectuado na Belgica, demonstrou a necessidade, para se attingir o desejado fim, de uma transformação do regimen da propriedade. O que se espera n'este momento, é encontrar os meios praticos de fornecer aos operarios, e em geral ás classes menos favorecidas, melhor habitação do que aquellas em que vivem, isto é, casas economicas e hygienicas. Este problema, que preoccupa ha muito tempo, em todos os paizes, os que se interessam pela questão social, e ainda os que só desejam melhorar o viver dos proletarios, tem sido descurado em Portugal, nomeadamente em Lisboa, o nosso primeiro centro operario. Não ha casas baratas em boas condições hygienicas, casas para gente pobre, habitações para operarios! Duas vezes por anno, invariavelmente, nos mezes de maio e novembro, ouve se este clamor, sahido de todos os recantos da cidade, échoando na imprensa e extendendo se uma ou outra vez até o seio da Camara Municipal de Lisboa ou do Parlamento. Passados, porém, os dias 25 de maio e 25 de novembro, dias em que os inquilinos teem de pagar aos senhorios a renda de uma casa, da qual só começam a gosar 36 dias depois, anticipação esta que vae por vezes até 41 dias, porque muitos senhorios exigem agora a renda no dia 20, passados esses dias, para os pobres frequentes vezes de tristeza e lagrimas, o clamor que se ouvia distinctamente, esmorece e extingue se, para reapparecer mezes depois, com a mesma intensidade e, em quantos casos, com augmento de razão. Desconsolador queixume! Com effeito, a gente pobre, o proletariado, não encontra casas salubres, alegres e confortaveis. Percorram se em Lisboa os bairros onde de preferencia residem os operarios, como, por exemplos a Alfama, esses restos immundos da cidade velha[1], ou a freguezia de Santos o Velho, algumas ruas em que se accumula uma parte consideravel da população laboriosa; e o que se vê? Pocilgas infectas e nauseabundas, sem ar, sem luz do dia, nem as mais simples condições de hygiene, exhalando cheiros deleterios, em ruas estreitas, tortuosas, onde, raras vezes, ou por poucos instantes, entra um raio de sol! E vive se alli? Vive se e soffre se! E o que é mais e muito peor, procria se! Multiplicam se as gerações na miseria e no vicio, n'essa agglomeração anti hygienica e immoral, n'essa quasi promiscuidade suja e degradante. E quem se preoccupa entre nós com este estado de cousas, quem tenta remediar o mal, quem emprehende a construcção de casas baratas, espaçosas, expostas á claridade vivificante do sol, com boa aereação, com todas as condições aconselhadas pela hygiene? Os proprietarios, os donos de fabricas, os proprios operarios? Associações de beneficencia, ou sociedades por acções? O municipio ou o Estado? Na realidade, já por diversas vezes a imprensa diaria tem noticiado uma ou outra tentativa sympathica, no sentido de construir habitações baratas e hygienicas para os pobres ou para os operarios; já o municipio tem approvado projectos de edificações economicas; até mesmo no Parlamento se tem discorrido sobre este assumpto de interesse capital para a maioria da população nos centros industriaes De positivo, de pratico, porém, quasi nada se tem feito! II Nos paizes extrangeiros muito se tem feito com o fim de melhorar as habitações operarias, as casas para gente pobre... Continue reading book >>
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